quarta-feira, 21 de outubro de 2009

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Eu comecei morrendo aos poucos. Me joguei entre os lençóis e lá fiquei, apenas sentindo o gosto amargo do fim - fim no qual eu havia colocado um ponto final. Sempre foi fácil demais para você aceitar as coisas, assim como quando nos apaixonamos. Depois do meu deslize, você agiu como se fosse totalmente natural e continuou sorrindo aquele teu sorriso meio torto, meio de lado, que me faz delirar. Faz frio la fora, mas ali onde eu estava o calor tomava conta. Talvez fosse o calor de seu corpo que ainda permanecia intacto em mim. Calor no qual eu queria que fosse embora o mais rápido possível, quem sabe assim eu não voltaria a te querer para me aquecer todas as noites... Tudo em vão. Estiquei as pernas e esbarrei no rádio, que começou a tocar. A música era a trilha sonora do nosso amor, Mistérios. As lembranças foram inevitáveis: o primeiro beijo, as tardes na sua casa.. tudo isso voltou de uma forma inexplicável.

Dizer que não preciso de ti, é como dizer que só por hoje não vou respirar . É algo impossível de se proferir, mas eu não me sinto mais como antes. Ainda sinto as borboletas em meu estômago festejando a cada toque seu, mas não me sinto mais completa ao acordar pela manhã, sabendo que não vou te ver - mesmo que ao longe. A chama se apagou.. mas o seu cheiro permanece aqui, comigo. "


Iara Cruz e Vitória Seghetto.

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